Moore (co-fundador da Intel), previu em 1965 que a capacidade de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses.
Ele estava certo e por ora não errou. Já já teremos robôs em todo lugar pois essa capacidade está muito perto de emular o raciocínio humano.
O mais poderoso computador atualmente é o TaihuLight, da empresa chinesa Sunway Systems, utiliza cerca de 41 mil processadores, cada um com 260 núcleos de processamento (totalizando 10 milhões de núcleos).
Falamos aqui de algo inimaginável, mas que em apenas 10 anos estará servindo em nossas casas.
Bem, e daí?
Daí que teremos ainda mais ferramentas para nos ajudar no dia a dia e principalmente nos campos da medicina e meteorologia onde são necessários zilhões de cálculos simultâneos para prever movimentos e tudo mais.
A lei de Moore tem sido implacável com as empresas e produtos que não se adaptaram a escalabilidade e o imenso tráfego de informações que a capacidade computacional nos trouxe.
O desafio está na geração de valor e sua precificação. A logística está praticamente garantida pela capacidade de entrega na casa e nos smartphones dos clientes.
Mas há uma camada adicional que tem sido o maior desafio das empresas e que a tecnologia pouco está contribuindo para resolver.
Como vender em escala.
Como colocar seu produto/serviço para o dobro de clientes atuais ou o triplo?
Scalling Up de Verne Harnish é leitura obrigatória para quem realmente quiser entender os drivers por trás da escalabilidade, ou seja, qual é o DNA de uma empresa que cresce em base sólida e não quebra (alta capacidade de vergar) com as guinadas de mercado.
Um resumo do resumo do que ele fala é que é necessária uma real geração de valor que esteja alicerçada em ativos inalienáveis, ou seja, inteligência, estratégia, mobilidade e padronização na execução. Perceba que todos esses ativos são emanados pelo cérebro humano.
Veja um história triste, mas muito comum.
Uma floricultura online faturava 3 milhões de dólares por ano. Quem buscava por entrega de flores, achava essa empresa na primeira página do Google, ou seja, ela tinha um abundante tráfego gratuito.
O dono dessa empresa não atualizava seu site, por receio que qualquer alteração no código o faria perder essa posição.
A empresa tinha excelentes preços, um ótimo sortimento, brindes, política diversificada de ofertas e promocional, parcerias e uma entrega nacional com 95% de assertividade. Seu back office era enxuto e o dono feliz, pensando em como expandir o mix de ofertas.
Até que um dia, a floricultura não mais aparecia na primeira página das buscas, tendo despencado para a sexta página. Seu faturamento, caiu 90%. Saiu de 3 milhões/ano para menos de 300 mil.
Todas as tentativas para voltar à primeira página não vingaram e não havia margem, nem know how para começar a pagar por propaganda e obter o mesmo fluxo de clientes.
A mesma coisa acontece nos negócios. Uma confluência de fatores leva você a dar uma tacada. Os resultados da tacada (em termos de receitas, notoriedade, crescimento) podem durar anos e até décadas.
Mas não são emuláveis.
E quando a vaquinha leiteira morre, não há mais comida na mesa. Ninguém aprendeu a plantar uma batata, um arroz pois todos passaram os anos tentando achar outra vaca leiteira.
Claro que eu prefiro uma tacada do que uma não-tacada e o vácuo.
O que eu quero enfatizar é que os verdadeiros ativos que você pode investir e cujo retorno é certo estão no seu conhecimento e na sua capacidade em gerar valor e entregar em escala.
Indo um pouco mais a fundo, falamos aqui na capacidade em gerar bem estar. O que é valor senão algo que nos leva mais próximos do bem-estar?
A lei de Moore está nos dizendo que daqui a 5 anos teremos no dia a dia mais bem estar, mais conforto, maior velocidade, maior processamento, mais facilidades.
Waze, Netflix, Uber, Whatsapp são todas marcas novíssimas, valiosíssimas em termos financeiros e cujo principal ativo é sua escalabilidade.
- Quantos Táxis o Uber possui? Nenhum. Valor de mercado: U$ 50 bilhões (vale mais que a Ford ou a GM).
- Quantos satélites o Waze possui? Nenhum. O aplicativo criado por um pequeno grupo israelense, foi adquirido por U$ 1 bilhão pelo Google, em 2013.
- Quantas antenas ou licenças para telecomunicar o Whatsapp tem? Nada. Zero. Foi adquirido por U$ 12 bilhões pelo Facebook.
Onde está o real valor dessas empresas? Entrega de bem estar em escala.
Trazendo nossa conversa para o nosso dia a dia, atualmente a maioria das empresas gera valor, mas tem um enorme desafio em entrar em escala.
A tecnologia pode ajudar muito mas somente dentro de uma estratégia que contenha os drivers da escalabilidade e não esteja centrada em vulnerabilidades evidentes.
Nós por aqui usamos esses preceitos para sair de 15 clientes/ano para 250 em menos de 18 meses. Mesma estrutura, mesmo número de funcionários, mesmas pessoas. Mas outra estratégia.
Não digo isso para me mostrar ou vangloriar. Muito pelo contrário. Já quebrei algumas vezes na vida para aprender que o início da derrocada está na soberba.
Mas falo desses números para te dizer que é possível, sim, aqui no Brasil.
Desde 1989 venho emergindo na capacidade computacional e como usá-la para aproximar as pessoas para aquilo que eu vendo. Não tem sido fácil, mas os melhores caminhos para se chegar lá estão todos pavimentados.