Ontem visitei uma grande empresa do ramo imobiliário.
O imponente prédio de mármore na Faria Lima não contrastava com outras obras arquitetônicas ao redor mas era uma das mais proeminentes.
Logo na recepção percebi o enorme painel com a relação de empresas. Eram apenas 10. Um prédio de 18 andares com apenas 10 empresas. Todas muito conhecidas e com relevante destaque no mundo empresarial.
Apenas uma recepcionista no balcão. Ela estava de pé. Eu era o terceiro da fila. Em 2 minutos eu estava me apresentando.
“Boa tarde! Seja bem vindo ao X (nome do edifício)”
(Uau!)
“É a sua primeira visita conosco?”
“Sim, primeira vez” E eu já fui entregando meu documento.
Em 15 segundos, no máximo, ela ligou para o meu anfitrião.
“O Sr. Stavros já chegou”
Uau! De novo! Não errou meu nome e olha o que ela falou: Que eu tinha chegado!
Nada de “O Stavarus, humm… ÃÃaaa como é que fala seu nome mesmo? Tá.. Strávu? Sdávaru? Tá… O Strávius está aqui na recepção querendo falar com… com… com… – com que você quer mesmo falar? Ah tá… Ele quer falar com fulano. Nossa seu nome é diferente!” Que sofrência, meu Deus do céu!
Mas dessa vez não.
Ela foi impecável, profissional. Ao devolver meu documento, saudou-me com “Que eu senhor tenha uma ótima tarde e uma excelente reunião”.
Que isso? Realmente essa dominava seu trabalho!
Bem, em menos de um minuto fui recepcionado e conduzido para aquelas salas de reunião corporativas com espaço para umas 30 pessoas, com poltronas de couro e uma mesa de uns 40 metros quadrados.
Enquanto aguardava meu interlocutor, fiquei andando devagar devagar ao redor na enorme mesa, no piso acarpetado e pensando: Há muitos anos vivo essa cena: Eu em uma sala de reuniões.
Talvez seja o lugar onde eu mais me sinta à vontade. Não no sentido de relaxado e tranquilo, mas no sentido de estar me sentindo encaixado naquilo que eu mais gosto de fazer: Estar com pessoas falando de desafios e soluções na área comercial para fechar um contrato.
Mesmo depois de tanto tempo, ainda me encanto com a situação e sou muito grato a Deus e a todas as pessoas que um dia me deram a mesma oportunidade e que confiaram em mim a ponto de agendar um encontro de negócios.
A sensação é de gratidão.
Mesmo imerso no coração de um expoente do capitalismo, em poucos minutos, eu estaria frente a frente com outro ser humano.
É onde zeramos os cronômetros. Saímos do corporate e entramos no human. E aí tanto faz se a reunião é na mesa de um botequim ou na sala presidencial.
Pessoas confiam em pessoas.
Você não faz negócios com prédios de mármore e salas acarpetadas, nem com logotipos e letreiros de parede. Você faz negócios com seres humanos.
Nesse caso, o “clique” foi imediato. A confiança que estava minimamente estabelecida, cresceu e em 30 minutos tínhamos avançado bastante nas possibilidades de sinergia.
Finalizamos com próximos passos, no sentido de uma aproximação e estreitamento.
Saí de lá feliz. Na mesma proporção que tantas outras vezes já saí frustrado com reuniões que começam e acabam vazias.
Não sei se ainda sentirei esse encantamento por muito tempo. Tomara que sim.
Eu quero que você tenha muitas reuniões desse tipo na sua agenda.
Não precisa ser em um prédio imponente na Faria Lima e sim com uma pessoa que confie em você e queira seus produtos e serviços.
Um monte delas.