Anunciar no Facebook era algo inimaginável para mim há apenas 2 anos.
Antes de quebrar muitas barreiras conceituais que eu tinha em relação à plataforma, estava imerso até o pescoço com o Adwords do Google, tendo completado a primeira fase de sua certificação e já com alguns anos anunciando com ótimos resultados.
Mas nunca tinha conseguido colocar meus anúncios em escala.
Por escala quero dizer: Gastou 1 mil recebeu x leads. Gastou 5 mil recebeu 5x leads ou algo próximo.
O comportamento sempre foi muito errático, o que não é ruim, pelo contrário, os resultados na sua grande maioria foram positivos e o investimento sempre retornou.
Mas minha obsessão por controle e previsibilidade (devido a sustos tectônicos que passei na vida) exigia que eu tentasse o Facebook (FB).
Novo algoritmo, outros painéis e uma mecânica totalmente diferente.
Sei que talvez esse assunto pareça distante da sua realidade no momento, assim como parecia para a minha. Não me imaginava colocando meus serviços corporativos no meio da timeline cheia de vídeos e posts que mostram famílias, felicidades, viagens, selfies e vídeos engraçados.
Mas os números do FB me empurraram a tentar. Zilhões de pessoas usavam e usam a plataforma todos os instantes. É onde elas se divertem. Então não há nenhuma diferença entre essa plataforma e as outras plataformas de mídia tradicionais.
Não há nenhuma diferença nesse sentido, ou seja, FB é uma plataforma de mídia. Demorou um tempo para essa ficha cair.
Ok, agora vamos partir para tortuosa curva de aprendizado. Como de costume, dá-lhe cursos, livros, fóruns e hands-on, ou seja, aprender fazendo.
Se havia uma coisa que eu reclamava da vida era a dificuldade em acertar a tríade: audiência, imagem/vídeo e chamada/texto dos anúncios.
Por exemplo o FB disponibiliza combinadas, 2 mil variáveis para você definir seu público.
Depois, você pode escolher entre 12 tipos de call to action ou seja, o que vai no seu botão de click.
Depois, quanto você quer gastar por campanha. Depois, como você quer mensurar. Por likes, cliques na página, conversões?
Depois, quanto tempo você deixa os Adsets rodando (cada adset tem um grupo de anúncios acoplado que são roteirizados para uma determinada audiência).
Depois, quais são os critérios para saber qual campanha, adset e anúncio estão vingando.
Até aí tudo muito parecido com o Adwords. A grande diferença é que os anúncios no FB podem ser compartilhados e viralizar. No Adwords não.
Não quero te assustar, mas para quem pega no telefone e conversa com as pessoas para fechar negócios e colocar dinheiro na conta corrente, todas essas variáveis eram como se eu tivesse que nascer de novo e entrar no pré-primário.
Boa notícia: Era assim para todo mundo.
Eu ouvia os “gurus” falando nos fóruns e ficava claro que eles não faziam a mínima ideia do que estavam falando. Os cursos nada mais eram que tutoriais extraídos do help desk do próprio facebook. Clique aqui, clique acolá etc . Agora estratégia e modelagem do que funciona, “niente”.
Frustração atrás de frustração.
Uma determinada semana, o lead saia por R$ 67,00, na outra subia para R$ 340,00 aí ficava insuportável e eu parava a campanha. Errado.
Aprendi a suportar a dor da falta de resultados enquanto se investe dinheiro vivo antecipadamente.
Sai dinheiro vivo antecipado e volta quase zero.
Pensamento errado também.
O correto é: investe-se dinheiro em aprendizado, sofre-se mas depois você estará do outro lado do rio onde estão as farturas.
Foram quase 2 anos de surra. 15 kg engordando e depois perdendo e depois “recuperando” mais 10 kg na pança. Tudo culpa do Facebook. 🙂
Agora tudo acalmou um pouco.
As coisas estão mais estáveis, erros grosseiros não são cometidos e as campanhas mostram resultados bem mais previsíveis dentro de uma flutuação aceitável.
É atualmente nossa principal plataforma de divulgação massificada.
Lições que aprendi:
1. Em campanhas, é necessário dar tempo ao tempo e deixar o algoritmo trabalhar para você e identificar o que funciona e o que não.
2. É um investimento emocional elevado no sentido do risco de você não suportar a falta de resultados financeiros de curto prazo. Se entrar e sair cedo, terá perdido algum dinheiro e terá perdido a oportunidade de aprender.
3. Você precisa aprender a usar. Não delegar. Aprenda a pilotar a máquina. Continuo dedicando umas 3 horas por semana testando campanhas. Depois que você aprender delegue para alguém seu ou uma agência especializada. Mas você não “comerá” na mão de ninguém.
4. Não se trata apenas de anunciar. É necessário ter um bom criativo, texto, um bom funil de conversão e claro um ótimo produto/oferta para o público. Uma campanha vai excepcionalmente no dia 1 e cai tremendamente no dia seguinte. Componentes como saturação, concorrência e mudanças de algoritmo influenciam nos resultados e não deixam legado de aprendizado direto.
5. Para diluir esse risco de ser atingido pela flutuação de fatores que você não controla, precisa posicionar diversos tipos de campanhas, variando públicos, criativos e textos e verificar o que funciona e o que não.
6. Ao contrário do que muitos falam, não adianta desligar o que não funciona e colocar mais dinheiro no que funciona. Você faz 10 anúncios diferentes do seu produto. Uma determinada pessoa é impactada por 5 deles e no sexto ela decide comprar ou se inscrever na sua lista. Para o Facebook esse sexto anúncio é o que converteu, ou seja, não tem como o algoritmo considerar o efeito acumulativo que os outros 5 anúncios causaram na decisão de compra/adesão.
7. Por isso não se desliga nada abruptamente. Você vai fazendo movimentos leves, diminui acolá, incrementa aqui e assim por diante e vai monitorando o comportamento. Idem para colocar as coisas em escala. Não é uma questão de colocar mais dinheiro em determinada campanha. Por incrível que pareça, não funciona assim.
8. Meça apenas algumas coisas e tenha seus limites bem definidos. Limite de dinheiro investido por dia, por semana. Limite de custo por lead e custo por cliente. Isole seus produtos por contas separadas e isole a conversão de outros canais para não contaminar os resultados.
9. O próprio FB faz mudanças na sua política de divulgação. Se seu anúncio não tiver uma relevance score (nota dada pela máquina em função da reação da audiência) acima de 5 (vai de 0 a10), fica mais caro expor seu anúncio um determinado período. Depois essa regra é afrouxada e dão uma nova chance de exposição (você não controla isso). Se melhorar, seus custos tendem a diminuir.
10. É necessário ter um bom conteúdo e envolver a audiência. Você precisa escrever e mostrar algo interessante para o público mais propício possível. As pessoas reagirão comentando dando like, share e aderindo à sua oferta. A partir desse momento você está no jogo e uma questão de afinação, aprendizado, mensuração e apostas.
Resumo.
Vale a pena se você realmente estiver a fim de entrar nesse mundo dos cliques, números e visão de longo prazo.
Como tudo na vida, é necessário correr certos riscos e apostar, principalmente em você e no seu produto.
Facebook é um dos canais de geração de leads, linkedin é outro e também muito interessante, principalmente pela sua capacidade de isolar targets extremamente qualificados.
Essas mídias combinadas com a prospecção e sustentação com e-mail são matadoras para aproximar seu melhor público para o seu produto/serviço.
Exemplo: Você monta uma lista de prospecção e começa as abordagens. Compra uma mídia no linkedin, para abordar essa mesma audiência via anúncio e depois uma mensagem patrocinada via inmail. E sobe a lista no FB para um retargeting, ou seja, essas mesmas pessoas verão seu anúncio na sua timeline.
Uma blitz.
O melhor investimento, repito o melhor investimento de tempo, dinheiro e energia que você pode fazer é na sua máquina de capturar clientes.
É a sua liberdade.